
Pesquisas mostram consistentemente que os padrões mudam de forma significativa antes das declarações oficiais de mudanças de cenário
Forbes Agro
072025
Quando nuvens de tempestade econômica se formam, como vem ocorrendo nos últimos tempos, o conteúdo dos carrinhos de compras nos supermercados muda de maneira sutil, porém previsível. Enquanto investidores analisam flutuações do mercado de ações e os analistas continuam a examinar os dados de emprego, é possível também detectar outro tipo de indicador: o que os consumidores estão colocando em seus pratos.
Pesquisas mostram consistentemente que os padrões de consumo alimentar mudam de forma significativa antes das declarações oficiais de recessão, tornando-se sinais de alerta valiosos para empresas que se preparam para enfrentar ventos econômicos contrários. Segundo o National Bureau of Economic Research, mudanças nos padrões de compra de alimentos precederam todas as sete grandes recessões desde 1980, com alterações mensuráveis ocorrendo de 3 a 6 meses antes das contrações econômicas serem oficialmente declaradas.
Os consumidores compram de forma diferente
Quando o orçamento aperta, os consumidores não compram apenas menos — eles compram de forma diferente. Um estudo de 2021 da Sacred Heart University analisou dados de mais de 60 mil adultos e crianças nos EUA antes, durante e após a Grande Recessão, identificando mudanças claras e negativas na nutrição à medida que as condições econômicas se deterioravam. Adultos passaram a consumir mais grãos refinados e gorduras sólidas, enquanto crianças aumentaram a ingestão de açúcares adicionados durante a recessão.
As vendas de macarrão, sopas enlatadas e macarrão com queijo em caixa geralmente aumentam de 4 a 6 meses antes que as recessões sejam oficialmente reconhecidas. Essas opções familiares e de longa duração oferecem conforto emocional em tempos incertos, ao mesmo tempo que estendem o orçamento doméstico.
Pesquisas do Serviço de Pesquisa Econômica do USDA confirmam que “países de baixa renda gastam uma parcela maior do orçamento com necessidades básicas, como alimentação” e que “alimentos básicos de baixo valor, como cereais, representam uma fatia maior do orçamento alimentar” quando as condições econômicas pioram.
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