Mais da metade dos desempregados brasileiros está disposta a receber menos que a remuneração do último emprego

Na busca por uma nova oportunidade profissional, o desempregado costuma levar em conta uma série de fatores: a chance de voltar a atuar em sua área de expertise, a remuneração oferecida, a distância entre o local de trabalho e a residência e o regime de contratação. Além disso, enquanto o trabalho não aparece, é preciso pensar em maneiras de aumentar a empregabilidade, ou seja, incrementar o currículo, ampliar as capacidades laborais, aprender novas habilidades etc.

Varejo SA – 02/03/2020
A pesquisa Cenário e Perfil dos Desempregados no Brasil, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apontou que os brasileiros sem emprego já estão há 15 meses, em média, sem ocupação formal, sendo que, para voltar a trabalhar, 51% estariam dispostos a receber menos que a remuneração do último emprego. De acordo com o levantamento, a mudança de segmento de atuação não seria um problema para seis em cada dez entrevistados: 61% estão dispostos a trabalhar numa área diferente da sua para conseguir um novo emprego – seja em termos de experiência profissional (26%), seja em relação à própria formação e à experiência profissional (24%). A demora para se recolocar no mercado de trabalho tem feito com que essas pessoas busquem outras formas de sustento, como trabalho informal. De acordo com a pesquisa, praticamente quatro em cada dez desempregados têm recorrido ao trabalho temporário para se sustentar (39%). “O desemprego, muitas vezes, obriga as pessoas a buscar alternativas para constituir renda. O aumento da informalidade também está relacionado à chamada gig economy ou ‘economia dos bicos’ – aquela que diz respeito aos motoristas e entregadores de aplicativos, por exemplo. As plataformas digitais facilitam a contratação de pessoas e oferecem oportunidade de geração de renda para milhões de desempregados; por outro lado, esses trabalhadores não têm direitos assegurados, nem vínculo empregatício”, alerta o presidente da CNDL, José César da Costa. 61% dos desempregados são mulheres e 39%, homens. A média de idade é de 33 anos – 34% têm de 18 a 24 anos e 24%, de 25 a 34 anos. 95% dos brasileiros desocupados pertencem às classes C, D e E, enquanto 5% são das classe A e B. 59% possuem ensino médio completo ou ensino superior incompleto, 31% têm segundo grau incompleto e 10%, ensino superior completo ou mais. 55% são solteiros e 26%, casados; 52% possuem filhos. Distribuição geográfica 51% dos desempregados preferem um emprego com carteira assinada, 28% aceitariam qualquer oportunidade, independentemente do formato, e 8% buscam trabalho como autônomos. 78% não estão fazendo nenhum tipo de curso de capacitação profissional para conseguir oportunidades de trabalho melhores. 33% acreditam que o desemprego cairá em 2020,33%, que permanecerá estável e 19%, que vai aumentar.
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